Falhar na segurança de alimentos tem, na melhor das hipóteses, consequências desagradáveis e, na pior, fatais. Como consumidores, esperamos que os fabricantes e varejistas tenham compromisso total e incondicional com a segurança de alimentos.
Contudo, para os líderes de segurança de alimentos é impossível supervisionar todos os aspectos de todas as operações. É nesse ponto que a cultura tem um papel crítico: garantir que todos os funcionários, em todos os níveis, da sede ao chão de fábrica, estejam pessoalmente comprometidos.
Adaptando o ditado, cultura é o que seu pessoal faz quando ninguém está olhando, ou seja, fazer do jeito certo não implica necessariamente fazer di jeito mais rápido ou barato. O GFSI define cultura como “valores, crenças e normas compartilhados que afetam a mentalidade e o comportamento em relação à segurança de alimentos em toda a organização”. A cultura certa aprimora a segurança alimentar ao despertar a conscientização, melhorar o conhecimento e incentivar o comportamento correto em todos os funcionários.
Alcançar a cultura correta de segurança de alimentos traz benefícios óbvios para a reputação da marca, melhoria da continuidade dos negócios e prevenção de recalls e possíveis ações judiciais. Contudo, a cultura também pode mudar as operações de uma posição reativa para uma postura proativa, mantendo-se um passo à frente das melhores práticas de segurança de alimentos e das mudanças nos requisitos de reguladores e clientes. Por onde começar?
Para organizações que buscam implementar ou aumentar uma forte cultura de segurança de alimentos, o esquema de Certificação do Sistema de Segurança Alimentar (FSSC) oferece uma excelente estrutura de ação. O FSSC 22000, o principal padrão do esquema que rege a certificação de um Sistema de Gestão de Segurança de Alimentos (FSMS), exige que as organizações apresentem evidências do comprometimento dos gerentes seniores com a segurança de alimentos. Parte dessas evidências inclui elementos-chave de uma forte cultura de segurança de alimentos, que abrange comunicação, treinamento, feedback dos funcionários e medição de desempenho do programa de segurança de alimentos.
Ferramentas como o documento de orientação do FSSC 22000, “cultura da segurança de alimentos”, também podem ajudar a superar a crença de que a cultura é um conceito abstrato, sendo mais fácil falar sobre sua implementação do que colocá-la em prática. Os requisitos concretos e os benefícios comprovados da certificação podem ajudar a garantir o suporte necessário da liderança sênior e o compromisso de liderar pelo exemplo, não apenas dizendo o que é esperado, mas também demonstrando.
A base de tudo isso é uma boa comunicação. A implementação bem-sucedida de protocolos de segurança de alimentos depende completamente de quão bem eles são comunicados. Isso significa não apenas explicar claramente o que a equipe precisa fazer, mas expôr o porquê desses protocolos serem importantes e lembrar regularmente das consequências de não os cumprir. Esse tipo de ação ajuda a fazer com que as equipes se apropriem da segurança de alimentos e garante que elas se sintam mais responsáveis por suas ações.
A verdadeira incorporação de uma cultura de segurança de alimentos pode ser uma perspectiva desafiadora para os líderes da indústria de alimentos, mas os 3Cs de certificação, compromisso e comunicação são um importante ponto de partida. Com essa abordagem, pode-se progredir rapidamente em direção a uma cultura positiva e obter todos os benefícios em termos de fortalecimento dos esforços organizacionais da segurança de alimentos.